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•DICAS DE LUZ E COMPOSIÇÃO PARA FOTOGRAFIA DE NATUREZA E AVENTURA
Composição – compor é a maneira mais bela e forte de formar uma imagem, e muitas vezes atinge-se pela forma mais simples. O fotógrafo deve organizar as formas apesar de toda confusão ao seu redor. Muitas fotos são tímidas, com o assunto principal ocupando uma pequena área do campo fotográfico, perdido em meio a muitas informações e fundos distrativos. Uma das formas de compor imagens mais fortes é encher o quadro com o assunto, aproximando-se mais dele, seja fisicamente, seja através de lentes de aproximação.
Tudo se movimenta no mundo, de cada ser vivo ao planeta inteiro. A foto congela o momento, e por carecer de movimento, precisa utilizar-se de recursos que transmitam essa sensação. Veja algumas dicas:
. sobreposição de planos.
. linhas diagonais de atravessam a foto.
. linhas curvas em diagonal.
. acompanhamento do movimento da pessoa ou animal com baixa velocidade do obturador, deixando o fundo borrado.
. repetição de linhas ou formas. Esse recurso confere ritmo à foto, como a bateria o faz na música, e ritmo induz ao movimento.
Existem algumas regrinhas que teoricamente garantem uma foto equilibrada. A mais famosa é a da razão áurea, uma descoberta dos gregos que proporciona harmonia, sendo até chamada de razão divina. Na fotografia esse conceito foi aplicado através da regra dos terços, em que se divide o campo fotográfico em 9 retângulos iguais, por 2 linhas verticais e 2 linhas horizontais. Sugere-se que as linhas ou assuntos principais da imagem sejam posicionados ao longo dessas linhas, e de preferência sobre os pontos de intersecção delas. Assim, por exemplo, numa foto de barco no mar, a linha do horizonte poderia ficar sobre a linha horizontal que ocupa o terço inferior da foto, e o barco poderia ficar sobre a linha vertical que ocupa o terço da direita.
Outras dicas úteis para composição de imagens:
. manchas brancas, claras ou focos de luz distraem atenção do observador, especialmente se estiverem próximas às bordas, tirando atenção do assunto principal.
. diagonais dirigem o olhar para o tema principal da foto.
. horizonte alto dá idéia de proximidade, horizonte baixo o inverso.
. quanto mais simples o conteúdo de uma foto, mais fortes serão suas formas.
. quanto mais simples o fundo da foto, maior destaque será dado ao objeto central
. fotos confusas e desorganizadas não agradarão aos sentidos de quase ninguém.
. às vezes, alguns passos para trás, um ponto de vista mais alto, um desvio de enfoque para a esquerda, ou um objeto em primeiro plano, pode fazer grande diferença.
. emoldurar naturalmente a foto, usando, por exemplo, troncos, folhagens ou raízes nas margens do campo fotográfico, o mais escuros possíveis, como se estivesse olhando de dentro de um ambiente para fora. Esse recurso leva nossa visão para dentro da foto.
A maioria das fotos é tirada no horizontal, que é a posição mais cômoda de se segurar uma máquina e mais próxima da forma com que enxergamos o mundo - visão binocular. Mesmo sendo mais fácil fotografar horizontalmente, vale a pena tentar fotos verticais. Também é interessante fazer imagens inclinadas, o que transmite dinamismo, mas se muitas fotos forem inclinadas torna-se incômodo observá-las e parece um defeito do fotógrafo.
Outra questão refere-se à perda da sensação de escala, em que não se consegue transmitir o tamanho de uma cachoeira ou formação rochosa. Uma solução é usar um elemento de referência, sendo o ser humano o mais comum deles. Recomenda-se que ao usar uma pessoa na paisagem faça-se de forma discreta e sutil, para que ela seja reconhecida como pessoa, mas que não se distinga quem é. Também são boas referências de escala animais, árvores e barcos, bicicletas. A escala faz com que a foto seja compreendida mais facilmente, pois a humaniza, e leva o observador a se sentir dentro dela.
Luz – para confirmar a importância que a luz tem na fotografia basta analisar a própria palavra que se origina do grego foto= luz, grafia= desenho ou escrita. Na fotografia ao ar livre, em que a luz não está sob meu total controle, eu devo primeiro ler o que a luz está escrevendo para traduzi-la na foto produzida. Observar como os objetos se modificam conforme a luz se modifica é a grande forma de aprendizado. Não podemos falar de uma luz certa ou errada, mas sim de mais adequada, impactante ou expressiva. As sombras normalmente prejudicam os detalhes e tornam a cena confusa, mas podem ser o foco de atenção ou a própria razão da foto.
Normalmente as melhores horas para se fotografar são as primeiras da manhã e as finais da tarde - a luz é mais suave, as sombras são longas, os tons amarelados ou alaranjados, a vida animal mais ativa, a atmosfera mais limpa. O ângulo de incidência do sol varia conforme a estação do ano e região do país. No inverno o sol não chega a ficar a pino, portanto quanto mais ao sul, as horas favoráveis à fotografia são mais longas.
O crepúsculo, breve período após o por do sol e antes do anoitecer pode oferecer grandes surpresas em termos de luz e cores, valendo sempre esperar mais um pouco após o por de sol, antes de guardar os equipamentos.
A posição do sol em relação ao fotógrafo também é determinante. Com o sol às costas, a luz é frontal e chapada, revelando pouco do relevo ou profundidade, às vezes projetando a sombra do fotógrafo na cena. Alterando um pouco o ângulo horizontal, ou seja, deixando o sol incidir mais lateralmente, destacar-se-ão mais as texturas e os volumes. Com o sol de frente para o fotógrafo aparecem grandes áreas escuras mas as plantas ficam brilhantes e coloridas, criando belos efeitos. Para que o sol não incida diretamente sobre a lente criando enevoamento ou reflexos internos, use parassol ou algum outro anteparo, ou deixe apenas um pequeno brilho do sol aparecer por entre folhas e galhos.
No interior de florestas, prefira a luz suave, que vem de um dia nublado, chuvoso, ou próximo ao nascer do sol. Em dias de sol forte, a luz que penetra na mata cria uma confusão de altas luzes e sombras que interfere na já confusão existente visual de plantas e verdes. Importante o uso de tripé pois as exposições são longas devido à pouca luz que chega ao solo.
Assim como as matas, rios, cachoeiras e cursos d’água costumam ficar melhor registrados sob a luz suave, pois propiciam o uso de longas exposições para criar efeitos de nevoa. Com velocidade de ½ s ou menos, o movimento da água cria rastros que evocam suavidade, velocidade, tempo.
Apesar da popularidade e admiração generalizada pelo por de sol, de um modo geral essa mágica hora do dia não é bem explorada. Muitos acham que se deve ir a um lugar totalmente aberto e alto para captar a imensidão do momento, mas se não houver outros atrativos além do sol, a imagem pode ficar banal e desinteressante. O mais importante é localizar um bom primeiro plano, ou seja, algo que tenha uma bela forma em silhueta - normalmente serão árvores, palmeiras, pessoas, animais.
Fabio Colombini
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OS 10 MANDAMENTOS DA FOTOGRAFIA DE NATUREZA
1. AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS - O primeiro e mais importante de todos os mandamentos também é raiz da fotografia de natureza. Tendo-se Deus como autor, origem, fonte de toda criação, vê-se na natureza a manifestação concreta de Deus, e passa-se a tê-la como preciosa e sagrada, objeto de amor, que deve ser o principio motivador de todo fotógrafo de natureza. Os conceitos de beleza e bondade se associam e se tornam sinônimos - o que é belo é bom, o que é bom é belo.
2. NÃO USARÁS OS MOMENTOS NA NATUREZA EM VÃO - Valorizar a natureza em toda sua importância dedicando-se a uma exploração consciente, minuciosa, atenta. A natureza é bela por si mesma, porém isso não garante automaticamente fotos belas. É necessário ter uma consistente formação técnica, biológica e artística. Usar os equipamentos adequados, buscar a melhor luz, ângulos, enquadramentos, para que cada imagem seja produzida como se fosse a mais importante.
3. GUARDARÁS OS DOMINGOS E TEMPOS DA NATUREZA - Conhecer e respeitar os ciclos da natureza permite estar nos lugares certos nos momentos certos. A natureza tem seus domingos, suas pausas, tempo de florir e tempo de secar, tempo de reproduzir e tempo de se resguardar. As ações na natureza não aceleram seu ritmo da forma como o homem tem feito com sua vida através da tecnologia – a paciência para observar e esperar o momento certo é um dom do fotógrafo de natureza.
4. HONRARÁS A NATUREZA - Reconhecer a grandeza e importância da natureza em nossas vidas, e procurar através da fotografia despertar o amor pela natureza no maior número possível de pessoas – conhecer para amar, amar para conhecer. Respeitar os animais, seus territórios, forças e fragilidades, não se expondo desnecessariamente a riscos por questões de ambição e vaidade. Cultivar a mansidão e o silêncio.
5. NÃO MATARÁS - O fotógrafo deve promover a vida, e a busca pela melhor imagem não deve ultrapassar as barreiras de segurança para si e para os animais. A aproximação excessiva, a alteração do ambiente, a manipulação de ninhos, são atitudes que podem estressar e até matar espécies sensíveis. Como formador de opinião pública o fotógrafo pode usar o poder de persuasão da imagem para evitar ações que destruam e matem a natureza.
6. NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO CONTRA A NATUREZA - O fotógrafo de natureza deve ser coerente em suas atitudes, agindo como exemplo de cidadão consciente, com consumo responsável e sustentável, incentivo de reciclagem, ações de preservação do meio ambiente, não aceitação de parcerias com empresas que prejudicam o meio ambiente.
7. NÃO ROUBARÁS IMAGENS - A todo instante acontecem coisas maravilhosas na natureza, os ciclos dos dias, das estações e da vida se repetem, embora surgindo sempre como novidade. O fotógrafo deve se integrar à natureza, vivendo junto com ela, captando imagens na forma de cumplicidade, e não com espírito de roubo, de retirada não autorizada. O ser humano é muitas vezes intruso e indesejado na natureza – que o fotógrafo não roube a tranqüilidade e o equilíbrio dos ambientes.
8. NÃO LEVANTARÁS FALSOS TESTEMUNHOS - A verdade é uma das principais características da fotografia de natureza. A alteração dos elementos de uma foto, seja na hora de captá-la, seja na manipulação digital por programas de computador, podem expressar mentiras do ponto de vista científico, documental ou jornalístico. A busca pelo preciosismo estético não pode ultrapassar o limite da verdade.
9. NÃO COBIÇARÁS A FOTO DO PRÓXIMO - Cada fotógrafo tem seu momento, sua formação, sua capacidade, suas oportunidades e limites. As mais belas fotos são conquistas a serem admiradas e elogiadas, não cobiçadas com sentimentos destrutivos de inveja. Toda imagem tem sua importância e cumpre uma função, seja ela obtida por uma criança iniciante ou por um profissional mundialmente consagrado.
10. NÃO DESEJARÁS OS BENS DO PRÓXIMO - A fotografia é uma meio extremamente saudável de termos a natureza conosco sem a necessidade de nos apropriarmos dele, como manter aves exóticas em gaiolas ou retirar orquídeas nativas da natureza. Outra expressão do desejar os bens dos outros pode ser manifestada pelo desejo de possuir o equipamento ou as virtudes dos outros fotógrafos, o que é uma grave forma de tristeza.
OS SETE PECADOS CAPITAIS DA FOTOGRAFIA DE NATUREZA
GULA - A fotografia de natureza exige preparo físico e flexibilidade a situações precárias. O valor excessivo à comida não condiz com a simplicidade da alimentação e esforços a que o fotógrafo é submetido. Com a observação da própria natureza aprende-se a alimentar-se do necessário.
AVAREZA - A natureza é um bem da humanidade, e o dom para a fotografia deve ser posto a serviço da mesma. Assim deve-se evitar a tentação de obter mais e mais fotos somente para nosso próprio deleite ou ganho financeiro, mas colocá-las a serviço da comunidade pela educação e partilha de conhecimentos.
LUXÚRIA - Deixar-se envolver pela enorme quantidade de estímulos sensoriais que a natureza oferece, pode conturbar o objetivo de síntese e comunicação que o fotógrafo deve exprimir em suas fotografias. Sensibilidade, concentração e organização são fatores para que uma mensagem clara e impactante seja capturada na luxuriante (exuberante) natureza.
IRA - Não é aconselhável irar-se com os infortúnios que a natureza nos impõe. As fotos perdidas, as condições climáticas desfavoráveis e castigantes, a dificuldade de encontrar determinados animais e plantas - devemos encarar com desafios as dificuldades inerentes ao trabalho com seres vivos.
INVEJA - É uma virtude alegrar-se com o próprio trabalho, agradecendo pela possibilidade de estar na natureza, admirar e registrar suas belezas. Os trabalhos desenvolvidos pelos outros fotógrafos devem servir de inspiração, referência e motivação, num olhar positivo, nunca pelo desejo do infortúnio alheio.
PREGUIÇA - Não deixar-se dominar pela preguiça, a impor-se o esforço necessário para obter boas imagens, acordando cedíssimo, caminhando por grandes distâncias, carregando pesados equipamentos, enfrentando calor, frio e insetos incômodos. Os melhores horários para a fotografia de natureza ocorrem quando a maioria das pessoas está acordando ou encerrando seu dia de trabalho.
SOBERBA - Importante manter uma atitude de humildade perante a natureza, respeitando seu poder e não considerando-a sempre disponível à nossa vontade. Evitar também considerar-se superior aos outros fotógrafos, pois fama e glória são efêmeros e vaidade.
Texto publicada na Folha do Meio Ambiente, set/2011.
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DEUS NA FOTOGRAFIA
Uma das imagens que guardei de minha infância foi a de uma borboleta que certo dia caiu no quintal de minha casa. Lembro-me de suas cores – amarelo, laranja e preto – e de que perguntei a minha mãe como ela podia ser tão bonita e colorida assim! Devia Ter uns seis anos na época, e hoje, quase 30 anos depois, já consigo formular algumas respostas usando informações científicas que falam de seleção natural, evolução, uso das cores como defesa contra predadores, mimetismo, etc. Porém, a mesma pergunta permanece em minha mente – como elas podem ser tão bonitas e coloridas assim?
Quando era adolescente, às segundas-feiras, no colégio onde estudava, meus colegas se reuniam contando as aventuras vividas no fim-de-semana, sempre relacionadas a discotecas, shows, videogames e garotas. Por outro lado, eu relatava fatos como um encontro mágico com uma borboleta-coruja que me rodeara por três vezes, mostrando flashes de seu azul até pousar estática num tronco, e revelar o desenho perfeito de olho em sua asa. E pensava: - Que artista desenha olhos tão perfeitos assim?
O convívio com a natureza nessa época acabou sendo fundamental para minha futura carreira. Apenas relatar para minha família e amigos o que eu havia visto não era suficiente. Senti necessidade de registrar esses momentos, e para isso encontrei a fotografia. Ela foi o melhor meio de me expressar, uma vez que não tinha um grande dom para o desenho, nem para a oratória, nem para a escrita. Acredito que tenha havido também uma influência hereditária de meu avô Ulysses, que também tinha grande queda para a fotografia.
Para mim, o grande trunfo da fotografia era o da partilha. Poder estar perto das coisas belas da natureza era muito bom, mas melhor ainda, era poder compartilhar o que eu via com as outras pessoas. Obviamente que esse lado romântico caminhou junto com um profundo e longo esforço pessoal de aprendizagem de técnica e estética.
Completei o curso superior de Arquitetura e freqüentei por menos de um ano o de Publicidade e Propaganda. O interessante é que durante os cinco anos de faculdade, raramente abri uma revista de Arquitetura, enquanto devorava as de fotografia, sendo ainda um assíduo freqüentador da biblioteca da Faculdade de Zoologia.
O convívio com a natureza graças à profissão de fotógrafo é algo bastante recompensador, apesar de que fotografar é bem diferente de passear. A fotografia exige alta concentração e dedicação, sacrifícios físicos ao se carregar pesados equipamentos em longas caminhadas, suportar calor, frio, umidade, picadas de insetos, rastejar na terra e viver momentos de tensão em poucos minutos ou até segundos que se tem para registrar uma cena pela qual se esperou por horas ou dias, além do dinheiro investido para se estar lá.
A maior recompensa desse contato com a natureza é poder ter uma maior proximidade de Deus, pois ela é a fonte palpável de Seu maravilhoso poder criador. Além disso, ao longo desses anos, vivi alguns episódios que me mostraram claramente a Sua presença. Um deles foi em Brejo da Cruz, na Paraíba, uma região muito seca e pobre. O transporte coletivo é escasso, sendo muito comum as pessoas pedirem carona ao longo das estradas. Fiquei um pouco receoso em transportar alguém que não conhecia numa região também estranha, mas ao avistar uma freira que pedia carona, parei, pois confiei em sua figura. Levei-a a uma fazenda onde ela ia ajudar uma criança que estava bastante doente. Ela me pediu que a deixasse na estrada, à entrada da propriedade, mas como havia ainda uns 2 km até a sede, fiz questão de levá-la. Neste caminho visualizei uma formação rochosa muito bonita, coberta com cactos xiquexique, compondo uma bela imagem da caatinga nordestina. Após deixá-la, parei para fotografar a cena, a qual resultou numa bela foto, que já foi publicada várias vezes. Tomei esse fato como um exemplo de que uma boa ação pode ter uma recompensa imediata.
Outro episódio aconteceu na Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul. Existe uma estrutura enferrujada de um navio que encalhou naquela praia, e hoje é um ponto turístico, devido à imagem poética que ele proporciona. Só que esse navio está a 18 km da cidade, sendo esse trecho percorrido pela praia, cruzando vários arroios que deságuam no mar. No momento em que iniciei esse percurso a maré estava alta, o que me fez aproximar demais de um atoleiro. O carro caiu numa areia extremamente úmida e fofa, afundando até o motor. O sol já estava se pondo e a praia completamente deserta, por ser um dia de semana de inverno. Vendo a situação difícil em que me encontrava, pedi fervorosamente que Deus mandasse alguém em meu auxílio. Após uns 20 minutos ele mandou, não um, mas doze pescadores (qualquer semelhança com os doze apóstolos pode ser mera coincidência). A situação em que o carro se encontrava era tal, que doze homens empurrando e um caminhão puxando tiveram bastante dificuldade em retirá-lo da areia.
Deus também já me encaminhou para grandes fotos. Certa vez, no Pantanal, rodando à procura de animais, encontrei um morador local e parei para conversar um pouco. Ele me disse que acabara de ver uma sucuri ao lado de uma casa nas proximidades. Dirigi-me até lá, mas ao invés de conseguir boas fotos de sucuri, que era pequena (aproximadamente 2m), eu consegui fotos sensacionais de pequenos pássaros que começaram a rodear a serpente, numa atitude de ataque. Eram diversas espécies como bem-te-vis, pássaros-pretos, cardeais, anus, que chegavam em grupos, na ânsia de afugentar aquele ser que representava perigo para eles e seus ninhos, não se importando com a minha presença. Posicionei-me atrás da cobra, e enquanto acompanhava seus movimentos, registrava as aves a uma distância dificilmente atingível. Era um final de tarde e a luz estava perfeita. Ao término do trabalho em intensos e preciosos minutos, senti uma grande alegria e agradeci a Deus pela oportunidade.
Além dessas, várias outras experiências já aconteceram, tanto em minha vida profissional com pessoal. Sei que Ele está sempre presente, me ajudando nas fotos ou me livrando de problemas, até mesmo quando nem estou pensando nele. Não existe satisfação maior do que reconhecer essa presença na nossa vida e na natureza. E a propósito, Ele é o artista que desenha olhos nas asas das borboletas.
FOTOGRAFIA DE ANIMAIS
Acredito que a pergunta mais freqüente que um fotógrafo costuma ouvir é: “- Qual equipamento você usa?”. Isso me indica que, para a maioria das pessoas, o equipamento é o item mais importante para a obtenção de uma boa foto. Segundo esse mesmo raciocínio, poderíamos perguntar a um pianista qual a marca de seu piano, ou a um escritor qual a caneta que ele usa. Do ponto de vista de curiosidades são perguntas aceitáveis, porém não vão ao cerne da obra artística. Com relação às máquinas fotográficas, eu respondo “Pentax”, mas não faria diferença dizer Canon, Nikon, Hasselblad, Olympus...
O que faz realmente uma grande foto é quem está por trás da máquina. É claro que o equipamento também é importante. O pianista não conseguiria demonstrar todo o seu talento num piano desafinado. O escritor perderia a concentração caso sua caneta falhasse. Da mesma forma, o fotógrafo precisa de um equipamento confiável, de precisão, de qualidade ótica. Não é necessário que o modelo seja top de linha da marca mais famosa, nem a máquina com as maiores velocidades e mais funções, nem a lente com a maior abertura.
Sugiro que o equipamento evolua junto com o fotógrafo. Com o tempo e a experiência descobrem-se as necessidades reais para cada tipo de foto. Pode-se sentir a necessidade de um motor-drive para concentrar-se mais na foto, de uma trava de espelho para evitar tremores, de uma lente de distância focal fixa ao invés de um zoom, de uma lente macro ao invés de lentes de aproximação.
Quando eu comecei a fotografar tinha uma Flexaret, máquina de duas objetivas, semelhante a Roleiflex, modelos muito usados em fotos de casamentos. O problema é que eu queria realizar macro-fotografia com ela. Para tal fazia um verdadeiro malabarismo, adaptando lentes de um kit para montar aparelhos óticos, prevendo o foco e compensando o erro de paralaxe com uma régua, e calculando a exposição sem fotômetro, tudo isso para fotografar um vaga-lume aceso à noite. O resultado? Ótimo para aquele momento, ruim para hoje, mas fundamental para meu crescimento.
Assim como ficamos cada vez mais hábeis para lidar com máquinas, lentes e diafragmas, nosso olhar também vai evoluindo, alterando a percepção sobre o nosso próprio trabalho. Considerava minhas primeiras fotos muito boas, porém com o passar dos anos elas foram parecendo cada vez piores. Na mesma proporção, as fotos dos grandes profissionais foram parecendo cada vez melhores. Isso porque desde o começo sempre busquei inspiração nas obras dos melhores fotógrafos brasileiros e principalmente estrangeiros. E ainda hoje busco, mas com a grata satisfação de saber que meu trabalho tem servido de inspiração para muitos que estão começando agora. De grandes fotos, assim como de grandes pinturas, sempre se tira uma lição. Mesmo que não as entendamos, somos sensibilizados e marcados por elas. Quanto mais evoluirmos visualmente, mais poderemos entendê-las e saber usar esse entendimento na nossa própria obra, mas de maneira original e pessoal.
Portanto, o mais importante não é o equipamento, mas como eu vejo através dele. O bom fotógrafo consegue ver o mundo de uma forma única. Sua mente é atenta, detalhista, criativa, busca a beleza e o equilíbrio.
É comum se ouvir de grandes fotógrafos de animais que a preocupação com as técnicas fotográficas são, por eles, cada vez mais relegadas a um segundo plano, enquanto que a prioridade fica com o entendimento da natureza. Ou seja, todo fotógrafo deve ser uma espécie de biólogo. Será decisivo para o sucesso de um trabalho, saber qual o ambiente preferido de determinado animal, a que horas está mais ativo, o que come, se tem bom olfato ou boa visão, o que o atrai, o que o assusta. Deve-se saber também como distingui-lo do seu ambiente, uma vez que quase todos os animais estão camuflados, disfarçados, escondidos na natureza. Todo tufo de mato pode se parecer com um tamanduá, e toda folha se parece com uma esperança. O tempo e a prática ajudarão no treino do olhar, assim como o do ouvido, muito útil também para perceber e identificar as espécies.
Mesmo com todos os conhecimentos biológicos adquiridos, será difícil encontrar os animais em situação ideal para a fotografia. Isso irá requerer tempo, perseverança e PACIÊNCIA, além de bastante tolerância para os insucessos. Ao se esperar, por exemplo, por várias horas um tucano voltar ao seu ninho, alguns questionamentos vão surgindo, como: – Será que o tucano vai realmente voltar? Será que os pernilongos não vão embora? Será que essa foto é tão importante assim? Será que não é melhor voltar e trocar esses sapatos molhados e tirar esses carrapatos do meu corpo? Caso o fotógrafo tenha resistido a esses desconfortos e conseguido a foto, ainda restará o comentário dos amigos sobre a vida boa que é estar na natureza, fotografando animais.
Porém, se o tucano do exemplo anterior não voltar ao ninho, será que a presença do fotógrafo não o está perturbando? Entra aqui a ética da fotografia de animais, que consiste em saber respeitar os limites que podem por em risco a vida deles ou até a sua. Aves podem simplesmente abandonar seus ninhos e filhotes se forem ameaçadas. E qualquer animal pode ser perigoso se perseguido e acuado. Deve-se ter em mente de que quase todos os animais têm medo do homem, afinal têm sido caçados por gerações e gerações. Somente os que viveram isolados por muito tempo, como na Antártida e em ilhas oceânicas, são tolerantes à nossa presença. Eles ainda não conheceram o potencial destrutivo do ser humano.
Para ajudar na realização e avaliação de uma grande imagem de animal, considero que ela deve reunir os seguintes itens: *Foco e nitidez precisos; *Enquadramento harmônico, ousado, criativo; * Objetividade, organização, clareza de informação; *Luz agradável e natural; *Assunto em atividade – comendo, acasalando, caçando, pulando; *Fundo agradável, que destaque o animal ou que o insira em seu ambiente:* Animal saudável, bonito; *Expressividade no olhar; *Harmonia entre as cores da foto, acentuando um clima.
Lembre-se de que uma boa foto não precisa de explicações ou desculpas, e de que nem sempre a foto mais difícil de obter é a melhor. Enfim, a imagem deve emocionar, arrancar frases como: - Que luz! Que sorte! Como você conseguiu essa cena!? Aonde você encontra esses bichos!?
E até: - Que bela foto! Qual equipamento você usa?
Texto publicado na revista Photo & Câmera Explorer Magazine, fev/2000.
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LUZ, CÂMERA E SENSIBILIDADE
Observe uma flor de orquídea. As pétalas, a força das cores translúcidas produzidas pelo sol, a curvatura do caule, os insetos que a procuram e a delicada relação de dependência com eles. Tudo está a nosso alcance, graciosamente disponível. Mesmo seres cuja beleza não está tão evidente como uma flor de grama, na sua simplicidade e perfeição, guardam detalhes preciosos, assim como as gotas de orvalho que se prendem às folhas e compõem uma obra de arte única e efêmera. Dentro de cada um de nós, mente, coração e sensibilidade se alinham para investigar a natureza. A observação cuidadosa é o primeiro passo para perceber-lhe a beleza. Feliz é aquele que não se cansa de se encantar pelos detalhes da vida, emociona-se com o crescimento de um broto de samambaia, vê sinfonias escritas nas asas de borboletas ou sente-se pequeno perante as habilidades de uma libélula.
Como ficar impávido ao conhecer a diversidade e a profusão de vida no interior de uma floresta tropical? Como não se comover perante uma tartaruga-marinha, única sobrevivente dentre cerca de 1.000 filhotes, que muitos anos depois retorna à praia onde nasceu para desovar? Como não filosofar sobre a vida ao deparar com um ser rastejante e quase cego, que, após se recolher no interior de um casulo e ter o corpo totalmente liquefeito e reconstruído, renasce como borboleta?
A fotografia exerce papel importante na revelação desse mundo maravilhoso, captando e eternizando recortes e momentos. Por trás da câmera está aquele que vai procurar, estudar, interpretar, colocar toda a sensibilidade e técnica para enquadrar e apertar o botão no instante certo. A maneira que irá fazê-lo lhe será particular, como um reflexo das percepções, crenças, pensamentos, experiências, informações e influências recebidas. Minha fotografia é assim, o puro reflexo de como vejo o mundo.
Minha vida como fotógrafo profissional iniciou-se em 1988, sendo que, antes disso, já tinha cerca de dez anos de incursões amadoras precursoras. Formei-me em Arquitetura pela FAU-USP, e cursei alguns anos Publicidade e Propaganda pela ECA-USP. Meu tema preferido sempre foi a macrofotografia, que capta pequenos detalhes transformando-os em imagens grandiosas. O aprendizado da fotografia veio por meio dos inúmeros livros de bibliotecas da cidade de São Paulo, complementado por livros de Biologia — para entender com mais profundidade os assuntos fotografados. Aprendi muito também na convivência com vários profissionais como biólogos, ornitólogos, fotógrafos, guias de campo, diretores de agências de fotos, editores de fotografia e pesquisadores iconográficos, que me acompanharam na caminhada.
Ao longo desses dezoito anos de carreira realizei inúmeras viagens pelo Brasil — muitas caminhadas por 21 Estados, 27 Parques Nacionais e tantas outras unidades de conservação —, enfocando a maioria de nossos ecossistemas. Foram dezenas de milhares de fotos produzidas, presentes hoje em mais de 1.400 livros e disponíveis para acesso on-line. ***
No trabalho em campo, é grande o número de boas imagens perdidas, especialmente quando o foco são animais. Onde eles estão? Bem antes de se avistá-los, muitos deles já nos viram ou farejaram, e assim correm, voam, escondem-se. O medo do homem é grande e não sem razão. Quem não tem paciência e persistência logo desiste. Diante de uma bela série de imagens de uma viagem, poucos sabem quantas outras foram perdidas e quantas outras foram feitas e não atingiram qualidade técnica ou estética desejada. Mesmo os melhores fotógrafos produzem imagens ruins, não devido à falta de habilidade, e, sim, ao grau de dificuldade e exigência que se atribuem. Já não basta conseguir o simples registro de um animal; o fotógrafo quer buscar novos ângulos, a melhor luz, o fundo mais harmônico, captar atividades como alimentação e reprodução, enfim, superar o próprio trabalho.
Outra questão é o desconforto da profissão. O fotógrafo de natureza está sujeito a calor e frio excessivos; ataques desconfortáveis de todos os tipos de inseto; risco de contrair doenças tropicais; cansaço de caminhadas prolongadas sob o peso bastante considerável do equipamento; ataque de animais perigosos e peçonhentos; incômodo de roupas e calçados molhados; cortes e arranhões causados por espinhos e pedras; enfim, a diversas condições não aparentes ao admirar uma foto, em que se tem a impressão de que o fotógrafo estava relaxando no paraíso.
Com este tipo de fotografia minucioso e detalhado, necessita-se tempo e muita paciência. Trabalho geralmente solitário, não afinado com o ritmo frenético e o interesse de grandes grupos de excursionistas. O conhecimento e o respeito à natureza fazem com que o tempo seja mais bem aproveitado, pois se direciona a busca das imagens para a época, lugar, horário e maneira mais adequados.
Diferente das condições de luz controladas de um estúdio, na natureza é preciso saber aproveitar as condições existentes, as quais variam bastante ao longo do dia e da época do ano. É possível até prever o tempo, mas nada há a fazer para modificá-lo. Ao contrário do que se pode pensar, dias ensolarados e de céu azul nem sempre são as melhores condições para a fotografia. Em dias ensolarados e quentes, as melhores horas para fotografar são as primeiras da manhã e as últimas da tarde, cuja luz é mais suave, de tons mais quentes; e as sombras destacam as texturas e relevos. Além disso, aves e mamíferos concentram a atividade nesses períodos. No meio do dia, com o sol a pino, as luzes são extremamente duras e contrastantes, não causando bom efeito visual em paisagens e seres vivos. Neste período, insetos e répteis estão mais ativos, sendo mais fácil encontrá-los.
Os dias nublados não costumam produzir bons resultados em paisagens mais abertas, como praias e campos, mas são ideais para o interior de matas, pois a luz suave ressalta as formas das folhas e nuances sutis das cores da floresta. Também são bons dias para fotografar plantas e animais, estando estes ativos durante quase todo o tempo.
O nascer e o pôr-do-sol propiciam cenas universalmente admiráveis, porém, a foto ficará realmente interessante se houver alguma silhueta na imagem, como um animal, uma árvore, palmeiras, formações rochosas peculiares, ou quando são refletidos na água de rios, lagos ou mar. Captar esse tipo de imagem requer do fotógrafo o esforço de sair a campo de madrugada para estar no ponto certo na hora em que o sol nasce.
Também no caso da macrofotografia, é aconselhável utilizar ao máximo a luz natural, pois a natureza vive sob essa luz. Quando o sol está muito forte, um difusor de luz — pode ser até um pedaço de papel vegetal — suaviza e cria uma atmosfera suave.
Conhecer o clima da região ajuda a planejar a expedição fotográfica. Assim, há melhores épocas de maior ocorrência de insetos, de plantas mais floridas, de construção de ninhos e reprodução de aves. As estações secas e chuvosas determinam profundamente o aspecto da paisagem e o comportamento dos animais. No Pantanal, por exemplo, a estação seca concentra grandes quantidades de aves nas lagoas que estão secando, e oferece o espetáculo dos ipês em flor; por outro lado, na estação chuvosa explode a atividade dos insetos, e as paisagens se embelezam com as lagoas e campos alagados.
Mesmo com toda a habilidade e experiência de um fotógrafo profissional, se não se puder contar com um bom equipamento, o trabalho não terá a mesma qualidade. Por outro lado, o melhor e mais moderno equipamento não garante a boa fotografia.
No momento atual, há uma transição da fotografia convencional para a digital; e entre os profissionais ainda há dúvidas, controvérsias e questões não resolvidas. A tecnologia avança muito rapidamente, e o quadro pode se modificar em pouco tempo. Quanto às imagens deste livro, 95% delas foram produzidas originalmente em cromo 35 milímetros ou 6 X 7 centímetros; e os 5% restantes em digital.
As dicas ficarão concentradas na questão das lentes, a alma da qualidade fotográfica.
Para a macrofotografia, a lente ideal é a macro 100 milímetros. O conjunto ótico é projetado para render a máxima qualidade nesse tipo de foto; a distância focal permite a aproximação adequada do assunto fotografado, com o fundo normalmente bem desfocado e discreto. Quando são necessárias ampliações maiores, para captar detalhes de asas de borboletas ou insetos muito pequenos, tubos de extensão ou fole, associados a um flash são imprescindíveis.
Grande-angulares são adequadas às paisagens, captura dos detalhes do solo e para dar ênfase ao primeiro plano em relação ao fundo. Uma lente de 28 milímetros será conveniente para boa parte das paisagens; e as lentes de 15 ou 16 milímetros podem criar efeitos interessantes ao exagerar a perspectiva.
Quando não se pode chegar muito perto do assunto, como aves, mamíferos e répteis, as teleobjetivas são mais indicadas. Considero a lente de 400 milímetros ideal. A tele de 600 milímetros facilita a aproximação em determinadas situações, porém seu peso, 7 quilos, somado a outros 7 quilos de um bom tripé, dificulta a movimentação e agilidade, sendo mais adequada para fotos de espera, como, por exemplo, na frente de um ninho.
Tais valores de distância focal de lentes referem-se ao formato de filmes 35 milímetros. Há câmeras digitais cujos CCDs (charge-coupled device, ou dispositivo de carga acoplado) são menores que o filme (película fotossensível) multiplicando o valor da lente. Assim, uma tele de 400 milímetros pode se transformar numa de 600 milímetros, sendo vantajoso; e uma grande-angular de 24 milímetros numa de 36 milímetros, não sendo isto tão positivo.
O equipamento de zoom funciona como se fossem várias lentes em uma, sendo muito versátil e prático, porém não oferece a mesma qualidade das lentes fixas, podendo criar imagens insatisfatórias para o profissional mais exigente. A abertura máxima das lentes também é fator importante, pois, quanto maior, mais luminosa ela é, e mais possibilidades de fotos com qualidade resultam. Assim, uma objetiva de 300 milímetros f 2.8 é bem mais luminosa que uma 300 milímetros f 5.6, em contrapartida, bem mais cara e pesada.
Tripé é equipamento primordial para qualquer tipo de foto e lente. Estimo que somente uns 20% de minha produção não usem o tripé. Ele dá a firmeza impossível de atingir só com as mãos, e propicia fotos sob qualquer condição de luz.
O flash pode ser muito útil em insetos e pequenos animais, porém, a luz emitida deve ser bem controlada. Quando ele é apontado diretamente ao assunto, cria uma luz frontal, sem relevo, com sombras duras e fundo escuro. Se for rebatido ou suavizado, a luz virá de forma suave, uniforme e agradável. Para esse fim, já construí diversos acessórios descartáveis com papel vegetal, rebatedores de papelão, além de guarda-sóis e outros apetrechos. ***
Os caminhos profissionais percorridos até aqui foram resultado de muitas decisões e reflexões, acertos e equívocos. Desde o início, reconheço como fundamentais o incentivo e patrocínio de meus pais, e também de minha esposa, Edna, suporte pessoal, profissional e espiritual. Materialmente falando, nossos primeiros anos de trabalho foram difíceis, sendo lento e gradual o processo de formação e organização do acervo fotográfico, a conquista de clientes e a solidificação do conceito no mercado. Acima de tudo, sinto-me privilegiado por trabalhar com a natureza e observar-lhe os detalhes, pois neles vejo a grandeza de Deus. Sua presença e Seu amor nos envolvem, suavemente como a brisa, num constante encantar e reencantar pela vida.
Texto publicado no livro Natureza Brasileira em Detalhe, 2007